Tudo para ser feliz

A busca pela felicidade é algo que faz parte da natureza humana, independentemente de idade, cor, credo, nível social, etc. Todos querem ser felizes, o que muda é o tipo de felicidade que se deseja ter e a forma de como obtê-la.

Há quem estabeleça como meta de felicidade um bom casamento, filhos maravilhosos, boa moradia, situação econômica estável, muita saúde, entre tantas outras coisas. A lista é grande. O consenso é que se tivermos tudo isso ou parte disso seremos felizes. Ao conseguirem tudo isso, muitos se consideram felizes, enquanto outros, apesar de terem até mais que isso, não são felizes – tornam-se pessoas frustradas, caem em depressão, chegam a matar seus semelhantes ou até a se suicidar. Por que as coisas acontecem desse jeito?

A resposta é simples: todos nós buscamos felicidade eterna, mas se encontramos felicidade temporária, isso não nos satisfaz. Todos os elementos citados, como beleza, dinheiro, fama, etc., são temporários. A beleza some com o tempo, e ao apoiarmos nosso sentimento de felicidade nesse fator, então quando a idade chegar a certo ponto e aquela beleza se for, então não seremos mais felizes.

Para sermos felizes para sempre, teríamos que buscar a felicidade em coisas eternas, não em coisas temporárias. Hoje em dia, por exemplo, há quem dispense muito tempo, energia e dinheiro em beleza estética. É natural que alguém queira ter um corpo belo e atraente, mas o esforço excessivo para perpetuar essa beleza e juventude, ambas temporárias, não é produz resultados satisfatórios. Chega-se a casos extremos de pessoas que morrem em cirurgias de embelezamento corpóreo, como lipoaspiração e outras similares. Tudo para perpetuar algo que por si só muda com o tempo.

Enquanto vivemos neste mundo, precisamos lidar com assunto como alimentação, vestuário, cuidados com o corpo, desenvolvimento econômico, etc. O que se recomenda, porém, é que não fiquemos focados apenas nesses tópicos, mas também cuidemos de nossa alma e de nosso relacionamento com Deus – esses, sim, são assuntos de maior relevância por serem de natureza eterna.

Suponha um bom investimento imobiliário, financiado em trinta anos: um belo apartamento de gelo, que ao longo dos anos irá se derreter gradualmente, sem que você perceba. Com manutenção, poderá durar muitos anos, mas dia irá se derreter, e todo o seu investimento irá se tornar água – literalmente. Se você não gosta de um imóvel de gelo, há de outros tipos – um castelo de areia na beira do mar, um castelo de cartas, ou uma casa de palha pegando fogo.

Esses exemplos parecem absurdos, mas quando construímos nossa felicidade em alicerces frágeis, temporários, todos os nossos esforços para sermos felizes se tornam similares a esses investimentos, ou seja, somem com o tempo. Mas tudo é questão de gosto. Ou de conhecimento.

 

(Imagem: Bedneyimages / Freepik)

A Mosca e a Abelha

Todos nós conhecemos bem estes dois insetos, mas qual a relação entre um e o outro? Vamos ver cada um isoladamente.

A mosca doméstica é assim chamada por rondar nossa casa mesmo quando não queremos sua visita. Passeia pela mesa de jantar atraída por pequenas sobras de comida, e mesmo quando a espantamos sempre retorna. Se deixarmos, fica até mesmo caminhando em cima dos alimentos, o que nos obriga a cobri-los com um pano para evitar qualquer contaminação que esse inseto possa trazer. Também é comum a mosca ser atraída por um ferimento ou uma ferida que contenha pus, e também por fezes que porventura encontre em seu caminho. O que a mosca gosta mesmo é de tudo que está estragado ou em decomposição, ou seja, de sujeira.

Já as abelhas têm outro perfil: gostam de flores belas, perfumadas, de onde retiram o polem para fazer o mel, alimento de grande poder nutritivo e medicinal. Também ajudam as flores em seu processo de reprodução por levar de uma flor a outra as sementes da fecundação. Onde houver flores, lá estarão as abelhas.

Há pessoas que são como moscas: sempre buscam defeitos nos outros, veem mais defeitos do que qualidades. Já outras são como abelhas: valorizam as virtudes, as ações construtivas nas pessoas e a cada momento de suas vidas sempre querem dar o melhor de si em benefício dos outros.

As pessoas que são como moscas só veem defeitos nas escrituras sagradas: sempre encontram um motivo para não segui-las ou acreditar nelas. Tentam negar a divindade do Senhor Supremo ou até mesmo provar Sua não existência.

As que que são como abelhas, ao contrário, conseguem extrair das escrituras sagradas as instruções mais sublimes para seu avanço espiritual. Para elas, essas escrituras são como janelas para vislumbrar toda a grandeza de Deus e um passaporte para dEle se aproximar cada vez mais.

Podemos escolher como queremos ser: moscas ou abelhas.

Felicidade Eterna

Nos contos de fada, ouvimos que o príncipe e a princesa se casaram e foram “felizes para sempre”. Mas em algum momento a felicidade deles terminou, pois certamente devem ter morrido. Tal felicidade portanto não foi eterna, mas temporária.

Qual é então o conceito de felicidade eterna? Simples: é a felicidade que nunca acaba. E se acabar em algum momento no futuro, então é temporária, mesmo que dure muitos e muitos anos.
O Bhagavad-gita, escritura védica de 5.000 anos, nos dá o conceito do que é eterno e do que é temporário:

“Aqueles que são videntes da verdade concluíram que não há continuidade para o inexistente e que não há interrupção para o existente. Eles concluíram isto estudando a natureza de ambos.”
(Bhagavad-gita, cap. 2, verso 16)

Neste verso, “videntes da verdade” refere-se aos sábios, ou seja, aqueles que “veem” a verdade devido ao grande conhecimento que possuem. “Não há continuidade para o inexistente” indica que aquilo que deixa de existir não pode ser classificado como eterno. “Não há interrupção para o existente” é aquilo que nunca tem fim, e portanto pode ser chamado de eterno. A afirmação “estudando a natureza de ambos” explica que esse conhecimento pode ser observado na prática.

Há um consenso popular de que a felicidade é passageira e o sofrimento eterno. Mas ao aplicarmos essa definição descrita no Bhagavad-gita, vemos que nesse mundo tanto a felicidade quanto o sofrimento são temporários. A intensidade da sensação de sofrimento que é nos faz pensar que ele é eterno, embora não o seja.
Em resumo, são conceitos muito simples de serem compreendidos. Algo que não não existia antes, existe agora, mas no futuro não existirá mais, é temporário. O que sempre existiu e não foi criado em momento algum do passado, e sempre vai existir no futuro, é o eterno. Essa é a definição mais profunda do conceito da palavra eternidade.

Nesta vida, não temos nenhuma experiência de coisas eternas, apenas de coisas temporárias. Um dia nascemos, agora crescemos, e no futuro morreremos, pois o corpo não é eterno. O mundo em que vivemos também é temporário: na própria Bíblia se diz que foi criado pelo comando divino e que será destruído em algum momento no futuro, conforme descrito no Apocalipse.

Portanto, o conceito de eternidade se aplica bem à definição de alma e de Deus: a alma sempre existirá, apesar da morte do corpo; e Deus, de acordo com todas as escrituras sagradas, sempre existiu, existe agora e nunca deixará de existir no futuro. Se a alma é eterna e Deus é eterno, então a morada divina também será igualmente eterna, assim como a felicidade lá existente, tudo dentro da mais perfeita harmonia. Por ser eterna, esta sim é a verdadeira felicidade.

Que é o Karma?

Suponha alguém jogue uma bola em uma parede. A bola irá retornar na força e direção proporcionais  ao seu arremesso – mais força, menos força, mesma direção, outra direção -, o importante é que virá como uma consequência de como foi jogada. Quanto a isso, a pessoa não pode reclamar; o  que pode fazer é controlar seu arremesso para que venha no impulso e direção que ela deseje.

De forma similar funciona a lei do karma. Tudo o que fazemos gera uma reação, boa ou má a depender da ação executada, mas o certo é que a reação virá. Geralmente não percebemos esse processo porque nem sempre a resposta vem de imediato, às vezes demora, a depender de cada ação. Pode vir nesta vida ou na próxima, mas virá. Devido a que uma reação não se apresente de imediato é que pessoas que não conhecem a lei do karma não percebam sua existência. É como um criminoso que acha que não será preso porque a polícia não o prendeu de imediato – somente quando é preso, às vezes anos depois, é que percebe o castigo iminente.

O karma pode gerar uma reação boa ou má. O conceito de bom ou mau depende do conceito de cada pessoa. Para uns, bom karma é ganhar dinheiro e ter uma vida confortável, para outros é ser famoso, belo, inteligente, e assim por diante. Mau karma é o contrário de tudo isso. Existe também a ausência de karma, que explicaremos em outra postagem.

Tudo depende do ponto de vista de cada um. Os materialistas querem viver bem neste mundo e, se possível, viver eternamente com esses confortos, rodeado de seus familiares e amigos. Os espiritualistas também querem ser felizes neste mundo, mas sabem que não viverão aqui para sempre, já que tudo é temporário, e principalmente que, após a morte, poderão alcançar Deus para conviver com Ele em felicidade plena por toda a eternidade.